Cerro Corá é um município brasileiro do estado do Rio Grande do Norte, com área territorial de 394 km². Distante da capital cerca de 150km, tem seu acesso, a partir de Natal (Capital), efetuado através das rodovias BR-226 e RN-203. De acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), no ano 2017 sua população estimada é de em 11 344 habitantes.
Localiza-se a uma latitude: 6° 2' 45'' sul e uma longitude: 36° 20' 45'' oeste, estando sua sede a uma altitude de 575 metros.
Os índios Canindés e Janduís, os primeiros habitantes da localidade, começaram uma sublevação no final do século XVII, e uma expedição dirigiu-se à região com o objetivo de reprimir o levante. Mas os grupos de povoamento só chegaram à localidade com a fixação de colonizadores, apenas no século seguinte, dedicados à agricultura e à pecuária.
A primeira proprietária de terras na localidade foi Adriana de Holanda Vasconcelos, que no ano de 1764 recebeu duas Datas de Terras. Dona Adriana doou parte da serra que ficava em suas terras a Nossa Senhora Santana, surgindo o nome Serra de Santana.
Nos idos de 1886, o Major Lula Gomes, paraibano de Picuí, proprietário da localidade chamada de Barro Vermelho, fundou o povoado de Caraúbas, nome dado em referência à existência de carnaubeiras nas redondezas. Com o incentivo inicial de Lula Gomes, o povoado se desenvolveu com o importante trabalho de Manoel Salustino Gomes de Macedo, João Soares de Maria, João Pinto, Manoel Osório de Barros e Tomaz Pereira de Araujo, sendo que este último desenvolveu a cidade até esta chegar a categoria de cidade.
A primeira residência que se tinha noticia era a de Gracindo Deitado, onde hoje existe uma loja de eletrodomésticos, na rua Sérvulo Pereira, centro. O primeiro nome do povoado foi Barro Vermelho, se assim dizia porque os vaqueiros que ali passavam ficavam com as roupas tingidas pelo barro daquela cor. Depois, o povoado se chamou Caraúbas, tendo passado a ser chamar Cerro Corá para não ser confundido com o município homônimo da região Oeste do Rio Grande do Norte.
Em homenagem ao último momento histórico da Guerra do Paraguai, o Presidente da Intendência de Currais Novos, João Alfredo Galvão, o Joca Pires, no ano de 1922, mudou o nome do povoado para Cerro Corá, passando a distrito do município de Currais Novos em 1938, pelo Decreto número 603.
No dia 11 de dezembro de 1953, através da Lei número 1.031, desmembrado de Currais Novos, o distrito de Cerro Corá passou à categoria de município do Rio Grande do Norte. O então deputado estadual Cortez Pereira foi o autor do projeto de lei de emancipação política do município, depois sancionada pelo então governador Sílvio Pizza Pedrosa.
Prefeitos municipais: Sérvulo Pereira de Araújo, Benvenuto Pereira de Araújo, José Walter Olímpio, Manoel Antunes, José Julião Neto, Virgilio Tavares, Francisco Pereira de Araújo, João Batista de Melo Filho, José Amaro, Raimundo Soares de Brito, Clidenor Pereira de Araújo Filho, Raimundo Marcelino Borges e Maria das Graças de Medeiros Oliveira.
João Batista de Melo Filho exerceu quatro mandatos de Prefeito municipal, enquanto Sérvulo Pereira exerceu dois mandatos. José Julião Neto exerceu o cargo por sete meses, em 1971, em decorrência do afastamento de Manoel Antunes, de quem era vice. Virgilio Tavares foi nomeado interventor, a fim de evitar que Manoel Antunes voltasse a ocupar o cargo, devido à ditadura militar, que não efetivou o vice-prefeito eleito constitucionalmente. José Walter Olímpio também era vice-prefeito e assumiu o cargo em face da morte, no exercício do mandato, do prefeito Benvenuto Pereira. Clidenor Filho, neto de Tomaz Pereira, trouxe para a cidade um grande desenvolvimento. Raimundo Marcelino Borges foi prefeito dois mandatos consecutivos.
Distrito criado com a denominação de Cerro Corá, pelo decreto nº 603, de 31/10/1938, como parte integrante do município de Currais Novos. Pela Lei n° 1.031, de dezembro de 1953, sancionada pelo então Governador do Estado, Dr. Sílvio Pizza Pedrosa, o distrito foi desmembrado de Currais Novos e elevado a categoria de município.
Em 1939 foi criado o primeiro Cartório Judiciário de Cerro Corá, dirigido por José Morais até o ano 1945.
O município de Cerro Corá encontra-se a 190 km da capital potiguar e tem seu acesso, a partir de Natal (Capital), efetuado através das rodovias BR-226 e RN-203 .A cidade conta com uma população estimada em 2017 de 11.344 habitantes, distribuídos em uma área de 393,569 km².
A temperatura média anual em Cerro Corá é 23.1 °C. A pluviosidade média anual é 592 mm. Quando comparados, o mês mais seco tem uma diferença de precipitação de 152 mm em relação ao mês mais chuvoso.
Dados climatológicos para Cerro Corá/RN | |||||||||||||
---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|
Mês | Jan | Fev | Mar | Abr | Mai | Jun | Jul | Ago | Set | Out | Nov | Dez | |
Temperatura máxima média (°C) | 29,1 | 28,7 | 28,2 | 27,6 | 26,6 | 25,5 | 25,4 | 25,9 | 27,3 | 28,4 | 29,0 | 29,3 | |
Temperatura média (°C) | 24,3 | 24,0 | 23,8 | 23,4 | 22,6 | 21,7 | 21,3 | 21,6 | 22,6 | 23,4 | 24,0 | 24,3 | |
Temperatura mínima média (°C) | 19,5 | 19,4 | 19,4 | 19,2 | 18,7 | 17,9 | 17,3 | 17,4 | 18,0 | 18,5 | 19,0 | 19,3 | |
Precipitação (mm) | 36 | 70 | 138 | 155 | 75 | 48 | 35 | 12 | 5 | 3 | 3 | 12 | |
Fonte: Clima-Data.org |
A vegetação do município de Cerro Corá é predominantemente de caatinga, marcada pela presença de xerófilas, jurema preta, facheiro, mandacaru, xique-xique, pereiros, imburanas e outras plantas regionais.
- Caatinga Hiperxerófila - vegetação de caráter mais seco, com abundância de cactáceas e plantas de porte mais baixo e espalhado. Entre outras espécies destacam-se a jurema-preta, mufumbo, faveleiro, marmeleiro, xique-xique e facheiro.
- Floresta Subcaducifólia - vegetação que se caracteriza pela queda das folhas das árvores durante o período seco.
O município de Cerro Corá possui 80,72% de seu território inserido nos domínios da bacia hidrográfica do Rio Potengi, 7,35% nos domínios da bacia hidrográfica Piranhas-Açu e 11,93% nos domínios da bacia hidrográfica do Rio Cear á-Mirim, sendo banhado pela sub-bacia do Rio Poço dos Cavalos.
- O abastecimento d’água da cidade é feito através da Adutora Cerro Corá. O município conta ainda com o histórico Açude Pinga, com capacidade para 4 milhões de metros cúbicos d’água.
Situada na Serra de Santana, no Planalto do Borborema, tem relevo bastante acidentado composto por serras e chapadas, apresentando poucas áreas planas. O solo predominante no município é raso e pedregoso, devido a presença, em larga escala, de xistos, biotitas e granadas na sua composição. Trata-se, portanto, de um litossolo.
Solos Litólicos Eutróficos - fertilidade natural alta, textura arenosa e/ou média, fase pedregosa e rochosa, relevo suave ondulado, bem a acentuadamente drenados, rasos.
Latossolo Vermelho Amarelo Distrófico - fertilidade natural baixa, textura m édia, fortemente drenado, relevo plano, muito profundo. Uso: nas áreas onde predominam os solos Litólicos Eutróficos, a agricultura é quase inexistente, cultivando-se apenas algodão arbóreo, milho e feijão, em pequenas áreas. As limitações ao uso agrícola decorrem da falta d’ água, grande susceptibilidade a erosão, além do impedimento ao uso de máquinas agrícolas, face a pedregosidade, rochosidade e pequena profundidade destes solos.
Principais atividades econômicas: agricultura, comércio, funcionalismo público, energia eólica, pecuária, fábricas de confecção, produção de mel de abelha e fabricação artesanal de goma de casas de farinha. Ainda, o município tem incidências minerais de Tungstênio, Berilo, Caulim, Água Marinha, Nióbio e Tântalo.
- Atualmente em Cerro Corá existem 3 fábricas de confecções que fazem parte de um conjunto de outras instaladas na região Seridó dentro do projeto Pró- Sertão (Programa de Industrialização do Interior).
- Existem, também, dois parques eólicos em construção, denominados: Pedra da Rajada I e II, gerando aproximadamente 200 empregos diretos e indiretos no município.
Tabela 85 - Perfil da pecuária municipal - 2015 | ||||
Cerro Corá - RN | ||||
Mesorregião: Central Potiguar Microrregião: Serra de Santana | ||||
Especificação | Quantidade | Participação (%) | ||
Estadual | Mesorregional | Microrregional | ||
Efetivo dos rebanhos em 31.12.15 | ||||
Categorias | ||||
Grande Porte (Bovinos / Bubalinos / Equinos) | 4 292 | 0,4 | 1,5 | 8,1 |
Médio Porte (Suínos / Caprinos / Ovinos) | 6 223 | 0,4 | 1,1 | 8,8 |
Pequeno Porte (Galináceos / Codornas) | 17 091 | 0,4 | 3,1 | 11,3 |
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Agropecuária, Pesquisa da Pecuária Municipal 2015. |
O município de Cerro Corá dispõe de expressiva potencialidade turística, destacando-se pelo clima serrano, um importante diferencial regional e principal atrativo turístico do lugar. Localizado na microrregião Serra de Sant´Ana, possui elementos de significativa diversidade geoambiental e singulares atrativos turísticos naturais, como, por exemplo, pinturas rupestres e vales vulcânicos.
O clima apresenta-se frio e úmido no inverno e temperado e seco no verão. O período mais frio do ano compreende os meses de junho a agosto, podendo atingir a temperatura mínima de 17°C durante a noite.Paisagens Naturais de Cerro Corá
Em Cerro Corá, o artesanato conta com redes de dormir bordadas em ponto cruz, ponto cheio, malizado e pintura. Destacam-se, ainda, as varandas de crochê ou macromê e a confecção manual de objetos com fibra de agave.
Evento | Tipo | Período |
---|---|---|
Carnaval na Serra | Social | Fevereiro |
Semana Santa
(Paixão de Cristo/Sábado de Aleluia) |
Religioso | Abril |
Festa do Padroeiro São João Batista | Religioso/Social | 14 a 24 de Junho |
Festival de Fondue | Social | Julho |
Festival de Inverno | Social | Agosto |
Vaquejada | Social/Cultural | Setembro |
Festa Nossa Senhora do Rosário -
(Bairro Tancredo Neves) |
Religioso | Outubro |
Festival de Cinema
(Festival Ancorá) |
Social/Cultural | Outubro |
Festa dos Anos 60 | Social | Novembro |
Emancipação Politica | Social | 11 de Dezembro |
Natal na Serra | Social | Dezembro |
Fundada em 28 de abril de 1957, a Paróquia de São João Batista de Cerro Corá pertence à Diocese de Caicó;
Atualmente a Paróquia é administrada pelo Padre Cláudio Dantas de Oliveira. Na Igreja Matriz de São João Batista acontecem missas todas as quintas feiras às 17h00, aos sábados às 09h00, e aos domingos às 08h00 e às 19h00.
No município de Cerro Corá está localizada a nascente do rio Potengi, o principal curso de água do estado do Rio Grande do Norte. O rio nasce a mais de 500 metros de altitude e viaja 176 quilômetros até chegar a sua foz no município de Natal/RN onde desemboca no oceano Atlântico. Na capital do estado, marca a divisão entre a região norte e o restante da cidade;
O nome Potengi foi dado pelos índios potiguares, apelidados de “comedores de camarão”, que viviam em uma grande aldeia à sua margem esquerda. Em tupi, Poti-gí, rio dos camarões.
As pinturas rupestres estão localizadas na Zona Rural do município de Cerro Corá, mais precisamente no Sítio Serra Verde, na "Toca de Zé Braz", catalogadas e com um bom grau de conservação. Devido à fragilidade das escrituras, a visita até o atrativo é obrigatoriamente guiada. Ainda, no mesmo sítio arqueológico encontram-se outros atrativos conhecidos, como o Tanque Azul, a pedra cabeça de cachorro e a pedra do Nariz.
O Geossítio Vale Vulcânico está situado 15 km a SW do centro de Cerro Corá, na borda sudeste da Serra de Santana. O acesso ao local é feito por estradas não pavimentadas que levam a uma trilha turística. Esta trilha com cerca de 2 km dá acesso ao leito do Riacho da Pedreira, onde são encontradas rochas vulcânicas.
A Linha Férrea situa-se no distrito rural Recanto. Iniciada em 1912, no Governo de Washington Luiz, tinha com objetivo transportar o algodão produzido naquela região para exportação.